Memories from Southern
Forests and Stars é um álbum diferente em sonoridade se comparado
ao primeiro, há de se dizer que não tem relação alguma, mas é
intencional. É um trabalho de
experimentação sonora abordando uma temática semelhante; é menos
cinzento e mais rico em cores de alvorada. Não tem nenhuma pretensão
como raw black metal ou qualquer coisa
do gênero, só busca o próprio caminho e diferentes formas de
manifestações. Como no anterior trabalho, as gravações são
feitas de modo rudimentar, não
pretende-se que a técnica seja empecilho.
I
Sobre as manhãs e
bosques de nostalgia
Uma introdução
instrumental que anuncia um espírito um tanto nostálgico, matutino,
relembrando os dias de infância. Há na infância um ar
etéreo, um idioma não pronunciado que nos remete ao espírito.
Melodias suaves
enquanto raios de sol invadem os espaços livres da floresta. Uma mente que vive
ainda pelos seus próprios impulsos e imagens interiores não é
condicionada pelo ambiente exterior, o transforma segundo sua própria
mágica pura e recordação do
desconhecido.
II
Brisas do Sul
Depois daquele alento
nostálgico da infância, um outro momento. Anos se passam e as vozes
da infância, aquelas que foram caladas pelo transcorrer do tempo
sussurram; são palavras que voam
ao prazer do vento. O velho córrego, a brisa, aquele momento, uma
sincronia propicia um fenômeno anormal. É tempo de ouvir
aquilo que os velhos espíritos dessas terras têm para nos
confidenciar.
Aos poucos a névoa
some, a brisa toma seu lugar.
O céu está claro, o
sol no auge.
A correnteza leva o meu
pedido,
Alvitra o rubro sangue.
Variações de
espírito,
ao sopro do vento.
Flutuações da alma
na medida do alento.
Sussurros dos espíritos
caídos, desde o polo,
nas brisas do sul.
Ao ouvido do
aprisionado,
sussurram as verdades
eternas.
III
Misantropia Suburbana
A neblina avermelhada
desce na madrugada, um ar melancólico paira sobre a cidade e os
passos servem de combustível ao devaneio.
Onde cheguei?
Nos lamentos da vida?
No impulso suicida?
Na solidão da
madrugada?
Na paciência da luz
que fica lá, acesa...
Iluminando a rua
dormente que ninguém acompanha.
Caminho sentindo a
garoa da madrugada enquanto me questiono:
"por que estou
aqui?"
"O que deixo para
trás?"
A vida suburbana em
constante decadência.
O mundo moderno, seus
absurdos, suas fraquezas.
IV
Last Autumn's wail
Algo que surgiu muito
espontaneamente.
Enquanto eu caminho
em total desolação
sobre as pétalas
douradas
dos passos esquecidos
de quem já amou
Os sopros e as vozes
da morte de meu ser
perseguem minha sombra
e destroçam memórias.
I walk alone.
Nessa dor, (...)
O canto, o lamento,
que destruam o meu ser.
V
A Noite de Wotan
Renascimento do ser
pagão em meio as florestas austrais, em outro contexto temporal e
geográfico, mudando a forma mas não a essência desta mente e de
sua percepção. Um hino para aqueles que
permanecem em pé entre ruínas, aos meus amigos e camaradas do Sul
do mundo. O Coração Negro, bem se vê, é a própria floresta; lar
dos nossos primitivos medos e
impulsos, assim como do ritual e do primordial.
Há aqueles que, presos
na comodidade do mundo contemporâneo, prezam por essa forma de
ascese que a natureza possibilita; procuram respostas no sentimento
misantrópico e no passo da floresta,
no farfalhar das árvores e no som do córrego. Nossas florestas têm,
desde que habitamos essas terras, revelado um aspecto mágico e
inspirador de um imaginar
belicoso. Que nossos antepassados estejam presentes, conosco, nessas
novas incursões no tempo e na distância.
Sombras projetadas na
floresta
ao pé de majestosas
araucárias;
estandarte de outros
combates ainda mantidos.
Antevisões que nos
confrontam
a cada passo que
adentra na escuridão.
Na escuridão do
coração negro de Wotan!
No coração negro de
Wotan!
A misantropia aqui,
ainda reina.
VI
Aurora Austral
Sob o Cruzeiro do Sul,
o iniciado contempla a infinitude de si mesmo e compreende a sua
missão transcendente. Recordação dos feitos passados que estão
incrustados no chão da alma, uma
direção e um sentido de história que se justificam pela pureza do
sangue astral e se garantem pela força das muralhas que se constroem
desde as estrelas. Cai o dia na
montanha e o céu se torna rubro.
Sob o firmamento,manto
estrelado
Me elevo ao infinito
Trago na memória
crepúsculos e auroras
E um juramento que
perdura até o fim
Combater no Wyrd -
passado e porvir!
Vigilantes de la
aurora!
Estrelas, revelem-me o
segredo
O olhar gélido que
transmuta o ser
O mistério que reside
junto ao sangue..
Na imensidão astral,
vou até vocês,
desvelar do cosmos,
inversão de si.
Transgredir!
VII
And he was embraced by
Nostalgy
Um espírito que
relembra, age; o segredo das grandes transformações alquímicas se
encontra na própria memória, no alvitrar da Minne eterna, na língua
dos pássaros. E há um enigma dentro do
labirinto do sentimento nostálgico, ao ocorrer o fenômeno
nostálgico interiormente após um impulso exterior há um trabalho
mágico a ser feito, como o montar de um
quebra-cabeça ou localizar a saída de um labirinto contra o tempo
que é ditado pela duração do mesmo sentimento. Quando se logra o
sucesso nessa tentativa, o que é
muito difícil, torna-se verdadeiramente desperto do sono do mundo.
A child playing at
times of inocence,
dreams so pure, mind so
clean
All is true, I just
believe.
Great promisses:
sorrows and deeds.
Golden age, white
dreams.
Pale hands, sweet
breeze.
Wait for the sunset,
and then the nightfall.
A new day, a greater
morning,
arise of a new man.
I'm again among the
pieces...
the pieces of my
childhood.
I'm falling back into
fields of nostalgy
The first ancestor,
sitted by the well.
Oh, green ray of
nostalgy!
Lead me home!
I'm dying!
I'm Breathless...
I'm blind.
I can see the runes.
Othal Sig and Týr!
VIII
Lucifer over the West
Todo o espírito dessa
música cabe na seguinte frase de Aleksandr Dugin:
"É o retorno dos
anjos, a ressurreição dos heróis, a revolta do coração contra a
ditadura da razão""
Há uma certa tensão
no transcorrer da música, como se fosse um momento dificultoso que
se resolve com um certo alívio e desfecho no mudar de acordes.
Today the sky is filled
up with angels
Tonight we'll see the
fire of our mind
We can see the troops
arriving from the heavens
Comrades(k), it's the
day of our lifes!
Don't you see, the old
flag is waving?
It's time for revenge!
Angels made of stone
and steel,
faces of coldness in
the sky
Join us for this feast
Tonight we'll drink
from Minne
IX
Flüstern (O sussurro
das estrelas)
As estrelas são um
mistério-para-o-homem, nelas estão plasmados todos os mitos do
nosso mundo, como colunas invisíveis que se levantam acima da alma
da Terra e das quais apenas se vê um
ponto externo, o qual afirma o mistério sobre nós. Mitos da eterna
hyperborea sussurram os segredos das verdades eternas aos ouvidos de
poucos. Em uma noite nublada,
de nuvens rubras, de garoa caindo sobre as árvores da floresta,
algumas estrelas surgem em meio ao céu, com um brilho azulado,
estáticas a dançar
no espírito de quem se
encontra sob o céu vermelho desse momento eterno.
Brilham, no firmamento,
os segredos e mistérios da humanidade.
As esperanças desse
mundo e sua destruição.
Cruzeiro do Sul,
Aldebaran, Vega, imaterialização.
Atrás delas, a origem.
A Origem.
A Origem...
X
Lo and behold (bonus)
O poema declamado faz
parte do livro "Might is Right" de Ragnar Redbeard e é
inspirado na arte de Boyd Rice, como uma homenagem ao estilo do
mesmo. Eis uma declaração de vontade e superação
do mundo e do tipo humano vigente. A música é calma, e a voz
também, é lenta, pausada, demonstrando um sentimento de
superioridade e superação verdadeira das coisas.
No hoary falsehood
shall be a truth to me - no cult or dogma shall encramp my pen.
I break away from all
conventions. Alone, untrammelled, I raise up in stern invasion the
standard of the strong.
I gaze into the glassy
eye of your fearsome Jehovah and pluck him by the beard - I uplift a
broad axe and split open his worm-eaten skull.
I blast out the
ghastly contents of philosophically whited sepulchres and laugh with
sardonic wrath.
Then, reaching up
from the festering and varnished facades of your haughtiest moral
dogmas, I write thereon in letters of blazing scorn; "Lo and
behold, all this is fraud!"
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