Venho lhes trazer a
minha visão de nostalgia. O sentir nostálgico sempre foi e será um
elemento poderoso dentro do universo pessoal que pulsa dentro de mim.
Não há como fugir da própria natureza; "expulse o natural
pela porta e ele entrará pela janela" (Os Irmãos
Karamázovi, Dostoiévski). Existem certas melodias e sons que
remetem perfeitamente a nostalgia de algo, e até daquilo que não é
algo, com toques de sutileza que convidam à fantasia e imersão em
ambientes atmosféricos recriadores de sensibilidades já perdidas
com o transcorrer do tempo. Eis a música nostálgica.
Neste álbum : A
House in the Forest : tento transportar a mente a um ambiente
idealmente criado, uma casa antiga repleta de memórias e ares de
gerações passadas. Coisas que são familiares aos que habitam essa
parte do mundo e cativam ainda parte daquela mística que caminha no
sentido oposto ao tempo. Mistérios iluminados pela nostalgia, e
antigos objetos radiantes das emoções mais puras que subiam ao
etérico ar matinal quando a casa despertava junto da floresta que a
cercava. Velho lar que, constituído de madeira, parecia ser parte
dos imponentes pinheiros que compõem a paisagem, como se a própria
floresta sacrificasse parte sua para erguer esta morada que tanto
significado já irradiou à sua volta.
Essa mística de lares
antigos fica bem clara em uma letra do conjunto musical sulista de
folk "Quintal de Clorofila":
"Existe um
mistério no fundo dos quintais; ainda mais nos quintais de casas
muito antigas. Deve ser a alma da infância, que ficou presa ali,
qual balão cativo, esvoaçante no tempo..." (O Mistério
dos Quintais - Quintal de Clorofila, 1983)
Além de tudo, o
ambiente é um refúgio. Como uma construção astral que se visita
nos sonhos mais sutis e nostálgicos, trata-se de um ambiente
cercado, intransponível àquele que não está em sincronia com sua
natureza; o mundo moderno não pode tocá-lo.
Se o que cativa ao homem é a tensão entre aventura e segurança do retorno ao seu lar protegido, em : A House in the Forest : não é diferente. Uma aventura nas próprias memórias adormecidas, uma homenagem aos nossos precedentes, e uma sensação de conforto que pode ser comparada à imagem da casa antiga e aconchegante, no início da noite, com suas luzes quentes, alaranjadas e acolhedoras, em meio a uma paisagem bucólica: uma extensão de horizonte onde a névoa toma conta de suas extremidades.
Se o que cativa ao homem é a tensão entre aventura e segurança do retorno ao seu lar protegido, em : A House in the Forest : não é diferente. Uma aventura nas próprias memórias adormecidas, uma homenagem aos nossos precedentes, e uma sensação de conforto que pode ser comparada à imagem da casa antiga e aconchegante, no início da noite, com suas luzes quentes, alaranjadas e acolhedoras, em meio a uma paisagem bucólica: uma extensão de horizonte onde a névoa toma conta de suas extremidades.
Convido ao apreciar
desse mundo perdido caso se tenha sentido uma familiaridade com todo
o descrito. Espero que seja-lhes possível adentrar nos próprios
mistérios que ainda residem nalguma centelha legada lhes pelos seus
predecessores.
Minne!
Nenhum comentário:
Postar um comentário