terça-feira, 17 de setembro de 2013

Letras de "Véu de Outono"


I
O Declínio de Atlantis
Como início do álbum, uma música instrumental que remete aos últimos momentos de Atlantis, já carregando certo grau de imperfeição que se expande na medida em que o tempo avança.

II
Crux, a mística do céu pátrio
Dos mistérios que subsistem no céu meridional, os mitos e as profecias de quais somos parte e, talvez, protagonistas. Nosso Norte é o Sul.

Los primeros camaradas de la eternidad, en otro cosmos, "más allá de las estrellas". 
Estrellas ellos mismos. Y cuando esto se produce, Alguien se ha quedado ahí, tan lejos, tan "detrás de las estrellas", cantando como al borde de una Fuente la Canción del Camarada: Eins wird es wieder Helle-In aller Brüder Sinn — Sie kehren zu der Quelle — Im Lieb und Treue in. (Algún día retornará la luz — en la mente de los hermanos —. Regresarán a las Fuentes — con A-mor y lealtad)." - Miguel S.

III
Der Wanderer (Schmidt von Lübeck)
Poema de Schmidt von Lübeck (1821), que fora transformado em música de forma incomparável por Schubert. Limito-me a essa informação, pois seria preciso maior espaço para tecer comentários acerca de tal poema.

Ich komme vom Gebirge her, 
Es dampft das Tal, es braust das Meer. 
Ich wandle still, bin wenig froh, 
Und immer fragt der Seufzer, wo?

Die Sonne dünkt mich hier so kalt, 
Die Blüte welk, das Leben alt, 
Und was sie reden, leerer Schall; 
Ich bin ein Fremdling überall.

Wo bist du, mein geliebtes Land? 
Gesucht, geahnt, und nie gekannt! 
Das Land, das Land so hoffnungsgrün, 
Das Land, wo meine Rosen blühn.

Wo meine Freunde wandelnd gehn, 
Wo meine Toten auferstehn, 
Das Land, das meine Sprache spricht, 
O Land, wo bist du? . . . 

Ich wandle still, bin wenig froh, 
Und immer fragt der Seufzer, wo? 
Im Geisterhauch tönt's mir zurück: 
"Dort, wo du nicht bist, dort ist das Glück.

IV
Véu de Outono
A faixa que dá nome ao álbum. Uma passagem sobre a contemplação da chegada do outono sulista; de suas paisagens e das coisas que não estão acessíveis de imediato no modo que a estação se apresenta a nós. A sonoridade remete ao neofolk em alguns aspectos.

Aos ritos da terra que sagram, em festivais de folhas, um holocausto ao vento.
Corpos desfalecidos fazem do solo o seu último exílio.
A decrepitude convoca a contemplar o abandono.
E os sonhos, agora, são eternos.

As pinhas caem do alto, encontram o solo
para nutrir a alma junto aos fogões.
Nesse momento, a vida deixa as paisagens,
e os Deuses sussurram na névoa.

 Parte de nós morre como as folhas na terra.
Einsamkeit, Einsamkeit...

Ouça o rugir do vento austral
a romper o véu outonal
na copa dos pinheiros.
Descobertas as essências.
Ouça o rugir do vento austral
a romper o céu outonal
na copa dos pinheirais.
Descobertas as essências.

Pinheiros na distância,
o mate quente em mãos frias,
emolduram e inspiram
anseios e atavismos
no último reduto sulista.

Pinheiros na distância,
o mate quente em mãos frias,
emolduram e inspiram
anseios e atavismos
no último reduto 
da Pátria Sulista.

Ouça o rugir do vento austral
a romper o véu outonal
na copa dos pinheiros.
Descobertas as essências.

V
Stara Vira (Стара Віра)
Um tributo à herança eslava, aos antepassados, ao povo guerreiro de Rus. Referências ao hino ucraniano e ao poema que narra a desventura de Igor Sviatoslavich. Stara Vira é "Velha Fé".

Desde Kiev
os ventos
netos de Stribog
e o brilho de Dazhbog
saúdam seus nobres filhos
herdeiros distantes,
da glória da Eurásia
Pátria antiga!
Terra eslava!

Algo flui no sangue
Desde os Cárpatos... ao Paraná
manifestai-se, Stara-Vira

Flui desde o sangue, 
Dos Cárpatos a nós
silente a despertar
Stara-Vira

Portai-vos o Trezub.
Ecoam em vós os raios de Perun
que outrora, junto da espada
de Sviatoslav
Devastavam Khazar,
e hão de catigá-lo outra vez.

Згинуть наші вороженьки, як роса на сонці,
Запануєм і ми, браття, у своїй сторонці.
Братчики-Славяне:
Нехай гинуть вороги,
Най воля настане!
(Nossos inimigos evaporarão como orvalho sob o sol,
Tornaremo-nos, irmãos, soberanos em nossa terra.
Irmãos eslavos,
Para que os inimigos pereçam
e a liberdade chegue.)

Gritam as gralhas
lamentam os pinheiros
as ervas se deitam
Oh, Rus', já ficastes para trás dos cumes.

VI
A bruma do mundo
O ser de alguns tende à angústia.

Deixe a bruma arrebatar-lhe
a outros mundos
outras vidas
auroras indizíveis.

E a dor de existir
entre o vazio e o sofrer
O pêndulo das mágoas,
o amargo de ser.

Vede, a beleza do adoecer
dos galhos e caminhos
são como holocausto
ao que não pôde ser.

VII
O gelo e o pago (Мороз)
Nosso campo, tocado pelo orvalho de um novo dia.
Vertente atávica de nova alma que desperta na manhã dum gris inebriante.

Se perdem nas brumas do pago as esperanças de um novo dia.
Venha geada, aos pagos do Sul.

VIII
A Neve 07.13
O outono já havia partido e o inverno chega transformando nossas paisagens com sua neve, impondo às araucárias uma postura ainda mais majestosa e, ao sulino, imagens que estarão contidas para sempre na alma e nos seus anseios. Em sua sonoridade, é a música mais distante do resto do álbum, notando-se influências de Coil e Múm.

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